A realidade devastadora
De acordo com um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,3 milhões de recém-nascidos morreram em 2022, o que representa 47% de todas as mortes de crianças com menos de 5 anos. Este número surpreendente destaca a vulnerabilidade dos recém-nascidos, especialmente durante o primeiro mês de vida. O relatório sublinha que as mortes neonatais diminuíram 44% desde 2000, mas o progresso tem sido lento e 64 países correm o risco de falhar a meta dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável para a mortalidade neonatal até 2030.
Causas e disparidades
Nascimento prematuro, complicações no parto, infecções neonatais e anomalias congênitas continuam sendo as principais causas de mortes neonatais. A África Subsariana e a Ásia Meridional e Central suportam o fardo mais elevado, tendo a África Subsariana a taxa de mortalidade neonatal mais elevada, com 27 mortes por 1000 nados-vivos. O risco de morte no primeiro mês de vida é 11 vezes maior na África Subsaariana do que na região de menor mortalidade, Austrália e Nova Zelândia.
Tabela 1: Taxas de Mortalidade Neonatal por Região
Região | Taxa de mortalidade neonatal (por 1000 nascidos vivos) |
---|---|
África Subsaariana | 27 |
Ásia Meridional e Central | 21 |
Austrália e Nova Zelândia | 2.5 |
Soluções Prioritárias
Para resolver esta questão crítica, a OMS recomenda dar prioridade aos cuidados essenciais aos recém-nascidos, alinhando-se com as metas do Plano de Acção para Todos os Recém-Nascidos (ENAP) e de Acabar com a Mortalidade Materna Evitável (EPMM). É crucial aumentar o financiamento e alocar recursos para intervenções de alto impacto, como cuidados a recém-nascidos pequenos e doentes e cuidados obstétricos de emergência. A continuidade dos cuidados liderados por parteiras (MLCC) pode reduzir os nascimentos prematuros em até 24% em locais com programas de parteiras que funcionam bem.
Lista de verificação: cuidados essenciais para o recém-nascido
- Proteção térmica (por exemplo, contato pele a pele)
- Cordão umbilical higiênico e cuidados com a pele
- Amamentação precoce e exclusiva
- Avaliação de sinais de problemas graves de saúde
- Tratamento preventivo (por exemplo, imunização, vitamina K, profilaxia ocular)
Cuidados essenciais para recém-nascidos
Todos os bebês devem receber:
- Proteção térmica (por exemplo, contato pele a pele)
- Cordão umbilical higiênico e cuidados com a pele
- Amamentação precoce e exclusiva
- Avaliação de sinais de problemas graves de saúde
- Tratamento preventivo (por exemplo, imunização, vitamina K, profilaxia ocular)
As famílias devem ser aconselhadas a:
- Procure atendimento médico imediato, se necessário
- Registrar o nascimento
- Traga o bebê para vacinação oportuna
Resposta da OMS
A OMS está a trabalhar com os ministérios da saúde e parceiros para:
- Reforçar os cuidados de saúde primários na altura do nascimento e na primeira semana de vida
- Melhorar a qualidade dos cuidados maternos e neonatais
- Expandir serviços de qualidade para recém-nascidos pequenos e doentes
- Reduzir as desigualdades e atender às necessidades dos recém-nascidos em ambientes humanitários e frágeis
- Promover o envolvimento e o empoderamento de mães, famílias e comunidades
- Fortalecer a medição, o acompanhamento do programa e a responsabilização
Tabela 2: Resposta da OMS à mortalidade neonatal
Intervenção | Descrição |
---|---|
Reforçar os cuidados de saúde primários | Melhorar o acesso a cuidados de saúde de qualidade para mães e recém-nascidos |
Melhorar a qualidade do atendimento | Melhorar as habilidades e conhecimentos dos prestadores de cuidados de saúde |
Expansão dos serviços para recém-nascidos pequenos e doentes | Prestação de cuidados especializados a recém-nascidos vulneráveis |
Reduzindo as desigualdades | Combater as disparidades no acesso e na qualidade dos cuidados de saúde |
Promovendo engajamento e empoderamento | Incentivar o envolvimento e a apropriação da comunidade |
Conclusão
A mortalidade neonatal é uma tragédia evitável que requer atenção e ação imediatas. A OMS e os seus parceiros estão a trabalhar incansavelmente para reduzir as mortes neonatais e garantir que todos os recém-nascidos tenham um início de vida saudável. Ao dar prioridade aos cuidados essenciais aos recém-nascidos, aumentar o financiamento e promover o envolvimento e a capacitação, podemos ter um impacto significativo na redução da mortalidade neonatal e na consecução dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
Referências
World Health Organization. (2024). Neonatal mortality. Retrieved from
Nota: As referências referem-se ao artigo original da Organização Mundial da Saúde, que pode ser acessado através do link fornecido.
Lúcia Monteiro, autora do blog “Sempre Meu Bebê”, é uma mãe que se dedica a compartilhar sua jornada com um recém-nascido. Em seu espaço online, ela oferece dicas práticas e apoio emocional para mães que estão navegando pelos desafios da maternidade inicial. Com um toque pessoal e conselhos úteis, Lúcia se tornou uma referência para quem busca compreensão e guia nesse período tão especial e desafiador.